Tratar uma infecção precocemente previne amputação​

Mais de 50% das úlceras no pé diabético se tornam infectadas e requerem hospitalização. Destas, 20% levarão à amputação.1

Estas estatísticas destacam a importância de identificar e tratar úlceras infectadas no pé diabético o mais precocemente possível. Pesquisas nos mostram que a melhor forma de prevenir a amputação é encaminhar o paciente o mais rápido possível para uma equipe multidisciplinar especializada no tratamento dos pés.2,3

Tratar úlceras infectadas no pé diabético envolve três etapas principais:

  1. identificar a infecção
  2. classificar a infecção
  3. tratar a infecção

Vamos analisar o que cada uma dessas etapas envolve.

As consequências da infecção

  • A infecção precede 60% das amputações de membros relacionadas à diabetes.
  • A infecção está presente em mais de 80% das grandes e pequenas amputações.
  • Pacientes com úlceras infectadas no pé diabético são hospitalizados com maior frequência do que aqueles sem infecção.

 

Como saber se uma úlcera no pé diabético está infectada?​

A tabela 1 destaca os sinais e sintomas típicos, embora sutis de infecção. Você deve basear seu diagnóstico em pelo menos dois desses sintomas típicos. Se não encontrar nenhuma evidência destes sintomas, procure por sinais mais sutis descritos na tabela abaixo.3,4

Sinais e Sintomas

Quando sinalizamos sinais e sintomas Marcantes ou, em outras palavras, típicos, você deve considerar a ferida infectada se ela apresentar pelo menos dois dos sintomas listados.

Até 50% dos pacientes não apresentam os sinais clássicos de infeccção. Então se você não observar sinais Marcantes e tícipos, procure também sinais locais mais Sutis, como os listados abaixo, que sugerem infecção.

Marcantes

  • Edema ou endurecimento local
  • Eritema
  • Sensibilidade ou dor local
  • Calor local
  • Exsudato purulento

Sutis

  • Aumento do exsudato
  • Tecido de granulação friável ou com descoloração
  • Descolamento das bordas da lesão
  • Odor desagradável

Classificando a infecção em uma úlcera no pé diabético​

Assim que você determinar que a ferida está infectada, sua próxima etapa é classificar a infecção. Isso ajudará você a selecionar a melhor opção de tratamento. A Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (Infectious Diseases Society of America, IDSA) criou uma escala de classificação que pode ajudá-lo.5

A escala IDSA tem quatro classificações:

  • Não infectada,
  • Infecção leve,
  • Infecção moderada, ou
  • Infecção grave

Após classificar a infecção, você pode usar a escala IDSA para determinar que classe de antibiótico utilizar, e se deve tratar o paciente em um ambulatório ou não. 5

 

IDSA Grading Scale:

Grau 1
Sem Infecção

Sem sinais e sintomas de infecção16,21

Grau 2
Infecção Leve

Eritema entre 0,5mm e 2cm, endurecimento do tecido, sensibilidade, calor e exsudato purulentos16,21

Grau 3
Infecção Moderada

Mais profunda ou extenso (Eritema > 2cm, infecção atinge musculo, tendão, ou osso ou articulação16,21

Grau 4
Infecção Severa

Infecção local com resposta inflamatória sistemática16,21

Tratamento de infecções em úlceras no pé diabético​

Agora que você classificou a infecção, está pronto para selecionar a opção correta de tratamento.

Todas as feridas infectadas no pé requerem tratamento antimicrobiano. Quando você estiver decidindo que agente antibiótico usar, considere os seguintes fatores:7

  • Os patógenos prováveis ou comprovados;
  • Suas susceptibilidades antibióticas (isso é, que antibiótico funciona melhor contra o patógeno);
  • A severidade clínica da infecção (isso é, a classificação da infecção);
  • Qual a efetividade do antibiótico contra a infecção no pé diabético;
  • O histórico do paciente (ex, alergias ou intolerâncias); e
  • O custo do tratamento antimicrobiano.

Devido ao fato de que infecções em úlceras no pé diabético são muito graves, você precisará ser mais agressivo e proativo no tratamento da infecção do que seria com outros tipos de feridas. Esta abordagem é necessária mesmo quando você encontrar sinais sutis de infecção.7

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Referências
  1. Schaper, N. C., van Netten, J. J., Apelqvist, J., Bus, S. A., Hinchliffe, R. J., Lipsky, B. A. on behalf of the International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) (2019). IWGDF Practical guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease.
  2. Apelqvist, J., Larsson, J. (2000). What is the most effective way to reduce incidence of amputation in the diabetic foot? Diabetes Metab Res Rev; 16 (Suppl 1): 75-83.
  3. World Union of Wound Healing Societies (WUWHS) (2016). Florence Congress, Position Document. Local management of diabetic foot ulcers. Wounds International.
  4. International Wound Infection Institute (IWII) (2016). Wound Infection in Clinical Practice - Principles of best practice. Wounds International. 1-32.
  5. International Diabetes Federation (2017). Clinical Practice Recommendation on the Diabetic Foot: A guide for health care professionals: International Diabetes Federation: Brussels
  6. Monteiro-Soares, M., Russell, D., Boyko, E. J., Jeffcoate, W., Mills, J. L., Morbach, S., Game, F., on behalf of the International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) (2019). IWGDF Guideline on the classification of diabetic foot ulcers.
  7. Wounds International (2013). International Best Practice Guidelines: Wound Management in Diabetic Foot Ulcers.