O que é uma lesão por pressão?

Lesãopor pressão, úlcera por pressão, úlcera de decúbito, escara1 talvez você já tenha ouvido algum desses outros termos. Todos eles se referem ao dano à pele e/ou tecido subjacente causado por pressão ou pela combinação de pressão com cisalhamento.2

Em uma lesão por pressão, a pele pode permanecer intacta ou se apresentar como uma lesão ulcerada/aberta. As lesões por pressão geralmente são muito dolorosas para o paciente.3

Na próxima seção, vamos analisar mais detalhadamente onde as lesões por pressão se desenvolvem.

Onde as lesões por pressão se formam?

Aslesões por pressão têm maior probabilidade de ocorrer em prominências ósseas áreas em que o osso está próximo à superfície da pele. 2 O diagrama abaixo mostra onde estes áreas estão localizadas no corpo.

 

A maioria das lesões por pressão ocorrem na parte inferior do corpo.4

Pesquisas comprovam que o sacro é o local mais comum de ocorrer uma lesão por pressão entre pacientes em unidades de terapia intensiva. O segundo local mais comum é o calcanhar.4

No entanto, lesões por pressão também podem ocorrer nos cotovelos, orelhas, região occipital e as escápulas. Geralmente estas áreas são negligenciadas.4

Como uma lesão por pressão se forma?

Lesão por pressão se formam de duas maneiras:

  • quando a pele está exposta à pressão intensa e/ou prolongada; ou
  • quando a pele está exposta à pressão combinada com cisalhamento.5

 

Como a pressão pode danificar a pele

Quando a pressão é aplicada à pele, ela distorce a pele e os tecidos subjacentes.6Este é particularmente o caso se a pressão for aplicada sobre uma prominência óssea. A pressão estreita o espaço entre a prominência óssea e a superfície da pele. Isso comprime os capilares, o que significa que o sangue não consegue fluir adequadamente a esta área do corpo. Se a pressão for contínua, o tecido morre. Isso produz dano na pele e, por último, uma lesão por pressão.4

 

Assista a este vídeo para ver como a pressão pode danificar a pele.

Como a pressão combinada com cisalhamento pode danificar a pele

Vamos analisar agora a segunda forma pela qual as lesões por pressão podem se desenvolver.

O cisalhamento geralmente ocorre quando um paciente acamado precisa mudar de posição. Se o paciente se deita de costas e a parte superior da cama está erguida, o paciente escorrega pelo colchão. O movimento de escorregar, combinado com a pressão do colchão, causa cisalhamento.

A pressão do colchão comprime os capilares sanguíneos. E o cisalhamento (o movimento de escorregar) os distorce. Isso aumenta o risco de uma lesão por pressão se desenvolver.6

 

Assista a este vídeo para ver como o cisalhamento pode danificar a pele.

Você sabia?

Deitar-se com as costas em um ângulo de 45° cria uma alta combinação de estresse por cisalhamento nas nádegas do paciente e área sacral.6 É aí onde a maioria das feridas severas por pressão acontece.2

Quais são os indivíduos em risco de desenvolver lesões por pressão?

Enquantohá uma grande variedade de fatores que podem contribuir com lesões por pressão, 7 nós nos concentraremos nos dois principais fatores de risco: falta de mobilidade e umidade da pele.

 

Falta de mobilidade

Mudar de posição é uma forma importante de aliviar as áreas de pressão. Se os pacientes não podem se mover, eles não podem aliviar a pressão. Isso pode causar dano por pressão na pele e tecidos subjacentes.4,6,8

O risco aumenta quando:

  • os pacientes estão muito debilitados para se virarem ou se reposicionarem;
  • eles sentem dor ou desconforto ao se moverem; ou
  • eles não sabem que precisam se mover na cama.9

Saiba como reposicionar pacientes imóveis aqui.

Umidade da pele

A integridade da pele cumpre uma função importante na prevenção de feridas. Se a pele de um paciente for muito úmida ou estiver exposta a umidade prejudicial, a pele pode ficar mais susceptível.. A umidade poderia ser resultante de:

  • suor;
  • urina e ou fezes; ou
  • exsudato de feridas (ou líquido).8

Por exemplo, quando a umidade das fezes e/ou urina fica em contato com a pele, a pele pode se romper.8 Isso a deixa mais vulnerável a lesões relacionadas a pressão.10, 11

Leia mais sobre como você pode prevenir lesões por pressão em pacientes com incontinência aqui.

Avaliar a pele é uma parte importante de qualquer avaliação de risco de lesão por pressão.2 Você pode ler mais sobre como proteger a pele aqui.

Você sabia?

Outros fatores podem tornar a pele e mais vulneráveis a lesões por pressão. Estes fatores incluem:

  • condições da pele;
  • microclima;
  • nutrição;
  • fluxo sanguíneo (perfusão); e
  • comorbidades.
Referências
  1. Advances in Skin and Wound Care (2004). By the numbers: Braden score interventions. Apr; 17(3): 150
  2. European Pressure Ulcer Advisory Panel, National Pressure Injury Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance (2019). Prevention and Treatment of Pressure Ulcers/Injuries: Clinical Practice Guidelines. The International Guideline. Emily Haesler (Ed.). EPUAP/NPIAP/PPPIA.
  3. Ayello, E. A., Baranoski, S., Cuddigan, J. E. Harris, W. S. (2016). Chapter 13: Pressure Ulcers. In Baranoski, S., Ayello, E. A. (Editor), Wound Care Essentials – Practice Principles. 4th edition. Wolters Kluwer: Philadelphia.
  4. Agrawal, K., Chauhan, N. (2012). Pressure ulcers: Back to the basics. Indian Journal of Plastic Surgery. May-Aug; 45(2): 244–254.
  5. Edsberg, L. E., Black, J. M., Goldberg, M., McNichol, L., Moore, L. , Sieggreen, M. (2016). Revised National Pressure Injury Advisory Panel Pressure Injury Staging System. J Wound Ostomy Continence Nurs, 43(6), 1-13
  6. Wounds International. (2010). International review. Pressure ulcer prevention: pressure, shear, friction and microclimate in context. A consensus document. London: MEP Ltd.
  7. You can learn more about the other risk factors that can lead to pressure injuries in the Prevention and Treatment of Pressure Ulcers/Injuries Clinical Practice Guidelines – The International Guidelines 2019.
  8. Langemo, D. K. (2016). Chapter 23: Palliative Wound Care. In Baranoski, S., Ayello, E. A. (Editor), Wound Care Essentials – Practice Principles. 4th edition. Wolters Kluwer: Philadelphia.
  9. National Pressure Ulcer Advisory Panel (2016). National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the stages of pressure injury. NPUAP: Washington. April 13, 1-3.
  10. Beeckman, D., Schoonhoven, L., Fletcher, J., Furtado, K., Gunningberg, L., Heyman, H., Lindholm, C., Paquay, L., Verdú, J. and Defloor, T. (2007). EPUAP classification system for pressure ulcers: European reliability study. Journal of Advanced Nursing, 60(6), 682-691.
  11. Brienza, D. M., Zulkowski, K., Sprigle, S., Geyer, M. J. (2016). Chapter 11: Pressure Redistribution: Seating, Positioning, and Support Surfaces. In Baranoski, S., Ayello, E. A. (Editor), Wound Care Essentials – Practice Principles. 4th edition. Wolters Kluwer: Philadelphia.