Como proteger a pele

Amanutenção da integridade da pele é a chave para proteger a pele contra as lesões por pressão. Esse fator é particularmente importante em pacientes com incontinência. Quando a urina ou as fezes entram em contato com a pele, o risco de desenvolvimento de uma lesão por pressão pode aumentar.1

Se você tiver um paciente com incontinência, deve seguir esta rotina de três etapas após cada episódio de incontinência:

 

Etapa 1: Limpeza

Limpe a pele com um limpador com pH balanceado. Isso manterá o manto ácido da pele.

Etapa 2: Hidratação

Considere usar um hidratante para manter a pele hidratada.

Etapa 3: Proteger

Use uma barreira de umidade para proteger a pele da urina, fezes e umidade excessiva.2

 

DICA: Use tecidos com pouco atrito.

Estudos mostram que tecidos de seda reduzem o estresse por cisalhamento, minimizam a irritação da pele e secam mais rapidamente do que algodão ou mistura de algodão. Os pacientes colocados sobre lençóis de seda também têm menos lesões por pressão do que os lençóis de algodão padrão.1

Como usar curativos protetores

Os estudosconstatam que usar curativo de espuma de silicone multicamadas pode proteger a pele e previnir lesões por pressão.

Para escolher o curativo adequado, faça-se as seguintes perguntas.

  • Esse é o tamanho e design corretos?
  • Ele administra o microclima da pele, por exemplo, umidade?
  • É fácil colocá-lo e tirá-lo?
  • Ele ficará no lugar?
  • Ele me permite avaliar regularmente a pele debaixo do curativo?
  • É confortável e hipoalergênico?
  • É econômico e de fácil acesso?

Se você decidir usar um curativo protetor, você deve:

  • continuar a reposicionar seu paciente regularmente;
  • avaliar a pele debaixo do curativo pelo menos uma vez por dia;
  • trocar o curativo se estiver sujo ou excessivamente úmido, ou se soltar ou sair do lugar.

Como realizar o reposicionamento

Pacientesque não podem se mover sozinhos têm mais probabilidade de desenvolver lesões por pressão. Quando o corpo está deitado ou sentado em um período prolongado de tempo, isso faz pressão em certas partes do corpo. Se uma pessoa não mudar de posição regularmente, esta pressão pode danificar a pele e os tecidos subjacentes, formando uma lesão por pressão.1

Por esta razão, uma parte importante quando falamos em prevenir as lesões por pressão é reposicionar ou mobilizar seu paciente.1,3

A meta do reposicionamento é:

  • reduzir a intensidade da pressão colocada em uma área vulnerável do corpo do seu paciente; e
  • reduzir a duração do tempo em que a pressão é colocada nessas áreas.

 

Dicas para o reposicionamento

Quando você estiver escolhendo uma posição para seu paciente, assegure-se de avaliar se a posição realmente alivia a pressão nas áreas vulneráveis.

 

Assista a este vídeo para ver a forma correta de reposicionamento.

 

Faça:1

Não faça:1

Use equipamentos e técnicas manuais para reduzir o atrito e o cisalhamento

Posicione nas prominências do osso (áreas onde o osso está próximo à superfície da pele) ou dispositivos médicos.

Mantenha a cabeceira da cama o mais plana possível.

Deixe equipamentos de movimento e manuseamento debaixo do seu paciente.

Encontre alternativas para sentar o paciente na cama como por exemplo durante as refeições​.

Vire o paciente para uma superfície do corpo que ainda esteja vermelha devido a um episódio prévio de sobrecarga de pressão.

Use uma posição deitada de lado em ângulo de 30 graus (veja a imagem 1)

Friccione qualquer área avermelhada da pele. Isso pode aumentar o risco de uma lesão por pressão se desenvolver.

Imagem 1:

Guia de orientações recomendadas usando uma posição deitada de lado em 30 graus, conforme mostrado nesta imagem.

Se o seu paciente estiver em uma cadeira de rodas, mantenha o seguinte em mente:

  • Tente limitar o tempo que o paciente fica sentado a 60 minutos ou menos
  • Tente levantar o paciente de tempos em tempos. Por exemplo, inclinando-o para frente ou usando um levantamento
  • Escolha uma posição sentada reclinada onde as pernas fiquem elevadas
  • Assegure-se de que os pés do seu paciente estejam bem suportados para que eles não escorreguem quando o paciente estiver sentado verticalmente em uma cadeira ou cadeira de rodas

Com que frequência eu devo reposicionar o paciente?

Para descobrir com que frequência você deve reposicionar um paciente, você precisa começar com uma avaliação de risco esão por pressão. Preste muita atenção em quão ativo e móvel está seu paciente. Isso é importante porque quanto menos ativo e móvel a pessoa estiver, maior o risco de surgir uma lesão por pressão.1

Considere os seguntes fatores ao planejar seu cronograma de reposicionamento:

  • Qual é a condição da pele do paciente?
  • Qual a tolerância da pele e do tecido (por exemplo, como ela suporta a pressão)?
  • Qual é a condição médica geral do paciente?
  • Quais são meus objetivos gerais de tratamento?1

Tenha em mente que você deve reposicionar seu paciente durante todo o dia. Assegure-se de documentar claramente toda vez que você fizer isso.3

 

DICA:Tente um planejamente de 2 horas como ponto de partida.3

Como prevenir as lesões por pressão no calcâneo

Sedurante a avaliação do seu paciente você observar que ele tem risco de desenvolver uma lesão por pressão no calcâneo, eleve os membros aliviando a pressão na região. Parar elevar os membros inferiores e aliviar a pressão na região do calcâneo utilize um dispositivo que mantenha o membro suspenso como por exemplo um travesseiro ou uma almofada de espuma. O dispositivo ou almofada deve ser especificamente desenhado para a região do calcanhar.

O dispositivo de suspensão ajudará a distribuir o peso da perna ao longo da panturrilha, sem colocar pressão no tendão de Aquiles.

Verifique se:

  • os calcâneos estão fora da superfície da cama;
  • os joelhos estão levemente flexionados (5-10 graus); e
  • a pressão esteja distribuída ao longo de toda a extensão das panturrilhas.

Você sabia?

Quase 80% de todas as lesões por pressão Estágio 4 estão localizadas nas regiões do calcâneo e do sacro.

Referências
  1. European Pressure Ulcer Advisory Panel, National Pressure Injury Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance (2019). Prevention and Treatment of Pressure Ulcers/Injuries: Clinical Practice Guidelines. The International Guideline. Emily Haesler (Ed.). EPUAP/NPIAP/PPPIA.
  2. Lyder, C. H., Ayello, E. A. (2008). Chapter 12: Pressure Ulcers: A Patient Safety Issue. In Huges, R. G. (Editor) Patient Safety and Quality: An Evidence-Based Handbook for Nurses.
  3. Woo, K. Y., Van Den Kerkhof, E. Jimenez, C. (2016). Chapter 1: Quality of Life and Chronic Wound Care. In Baranoski, S., Ayello, E. A. (Editor), Wound Care Essentials – Practice Principles. 4th edition. Wolters Kluwer: Philadelphia.